política

Alguma coisinha pra dizer (I): Notinha sobre a crise política brasileira

Aproveitando um comentário feito em postagem do sempre lúcido e provocativo Guilherme Amaral Luz, a quem admiro desde nosso tempo de graduação em História na UNICAMP:

1. Para quem acredita que o que está rolando por aí é golpe, saibam que não é. Até o jornal O Globo pede a manutenção da governabilidade e faz criticas ao Eduardo “Palpatine” Cunha, ao PSDB e ao PMDB. Nada mais distante do que a imprensa fez no pré-1964. Não interessa de jeito nenhum a ninguém um cenário de crise econômica séria, mas sanável à curto e médio prazos se transformar em um monstro por causa de uma crise política muito grave.

2. Terra em transe: anti-esquerdistas enlouquecidos com seus constantinos, olavos e azevedos prestando um desserviço à democracia ao agirem como um PCO de direita. Só despertam o que o país tem de pior – e o pior que nós podemos ser, arrisco dizer que ainda não apareceu.

3. Terra em transe: esquerda governamental achando que está em algum lugar entre os anos 1960-1980 quando 2015 já é um admirável mundo novo suficientemente distante do que um dia foi o contexto de atuação da esquerda, ao menos a esquerda que surgiu no Brasil pós-democratização. Não entendendo isso, meteram os pés pelas mãos completando com chave de ouro, chave-mestra e chave do cofre o projeto de modernização brasileira iniciado com JK e “corrigido” (égua! orra meu, vocês entenderam!), digamos assim, pelos miliares. E não conseguem pensar além disso – porque são isso aí, esse projeto.

4. Diminuíram a distância (abissal) entre pobre e ricos? Sim. Isso justifica ter levado a corrupção endógina da política brasileira ao limite do intolerável? Jamais.

5. Nosso passado político não nos ajuda muito. Está mais do que na hora de exorcizá-lo, parafraseando o Sérgio Buarque.

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