Ontem foi dia de aula de História Medieval na universidade em que trabalho. O texto discutido era o de Ana Maria Goldfarb sobre a obra de Al-Razi, alquimista islâmico que escreveu importantes estudos sobre instrumentos e laboratórios para experiências químicas e forneceu importantes descrições das mudanças de estado de substâncias que, segundo ele, compunham as chamadas substâncias derivadas, que são substâncias manipuladas e criadas pelo homem, e que constituem um grupo de elementos que, ao lado dos grupos dos minerais, animais e vegetais constituem as divisões básicas entre os seres existentes na natureza, constituindo uma divisão clássica dos grupos naturais e integrando a possibilidade dos humanos criarem novos elementos, o que demonstra que cultura do Islã passava por um interessante processo de racionalização entre os séculos IX e XII.
Interessante pensar com a alquimia islâmica adentrou a Europa e como se deu o contato conflituoso, mas frutífero, entre o Islã e a Europa, e como, por ignorância, falta de preparo não fazemos a devida justiça ao islamismo. Penso como muito do Islã chegou até nós, e como não sabemos nada deste patrimônio cultural direto ou indireto. E penso como, de certa forma, alguns fizeram o sentido inverso, indo do “ocidente” para o “oriente” – com todas as aspas, agora.
Daí, entre outras coisas, eu me lembre desse cara aqui: